segunda-feira, 14 de setembro de 2015

O uso correto do Cinturão na Musculação

Bom dia galeraaa...

O uso do Cinturão de Proteção sempre foi uma prática comum apenas entre Levantadores Olímpicos e Basistas, contudo este veio ganhando novos adeptos entre atletas do fisiculturismo e chegou até os malhadores recreacionais de diversos níveis de experiência em musculação. Assim, aqui cabe uma pergunta… Será que o uso do cinturão é realmente necessário entre este último grupo? Caso seja, qual a maneira correta de usá-lo? Quais as maneiras equivocadas de usá-lo? Que efeitos malignos podem resultar de seu mau uso?

TIPOS DE CINTURÃO


Existiam basicamente dois tipos de cinturões, ambos fabricados em couro rígido de camadas superpostas e com fivela de dupla.
O cinturão mais usado pelos levantadores olímpicos e basistas possui uma largura constante que dependendo do tamanho do indivíduo, esta pode ser de 10 ou de 15 cm (tipo 1, na ilustração);





O cinturão adotado pelos fisiculturistas e malhadores recreacionais tem a frente mais estreita com 10 cm e a parte posterior bem mais larga algo em torno de 15 a 20cm de maneira que essa parte preencha o espaço entre as últimas costelas e o ilíaco (tipo 2, na ilustração);
Não muito tempo atrás, surgiram os cinturões feitos em cordura recobrindo telas de EVA e fechamento em velcro com pequena diferença entre a parte posterior ligeiramente mais larga que a anterior no intuito, combinando os dois tipos anteriores (combinado, na ilustração).

OBJETIVOS DO CINTURÃO


O cinturão tem dois propósitos básicos:
1) Reduzir o stress sobre a coluna lombar enquanto o indivíduo retoma a posição vertical vindo de qualquer movimento em que tenha havido uma flexão do quadril;
2) Evitar a hiperextensão da coluna lombar nos levantamentos acima da cabeça.

AÇÕES PROTETIVAS DO CINTURÃO


O cinturão reduz o stress sobre a coluna lombar por compressão do conteúdo da cavidade abdominal. Isto aumenta a pressão intra-abdominal (PIA), que por sua vez promove um maior suporte da face anterior das vértebras lombares bem como reduzindo a pressão intradiscal. Esta ação combinada permite que os músculos eretores espinhais (que seriam os responsáveis pela sustentação da coluna lombar) façam menos força durante os levantamentos
O cinturão evita a hiperextensão lombar por formar uma parede rígida em torno da sessão média corporal, como se conectasse a caixa torácica ao quadril. Isto não limita apenas os movimentos posteriores da coluna, mas também os movimentos laterais e rotacionais.
A sensação física do cinturão contra a pele favorece ainda ao seu usuário uma maior consciência corporal do posicionamento da coluna durante os exercícios.

CUIDADOS COM O USO DO CINTURÃO


O cinturão durante a execução dos exercícios deve estar o mais justo possível para que o usuário possa colher os benefícios deste. Entretanto, há uma alta demanda física pelo uso deste e assim logo ao acabar o exercício o mesmo deverá ser imediatamente afrouxado!
Pesquisas mostram que o uso do cinturão apertado durante os exercícios eleva ainda mais a pressão arterial, especialmente se for usada a manobra de valsalva e tenderá a permanecer elevada, caso não se afrouxe o cinturão ao final da série!
É completamente injustificável a utilização do cinturão em exercícios onde a musculatura de sustentação lombar não seja realmente solicitada como quando em agachamentos, levantamentos terra e desenvolvimentos acima da cabeça, mas com cargas muito elevadas (quando durante a fase de força e treinando de 6 repetições para baixo). Para qualquer outro exercício ou intensidade de carga abaixo de 90% 1RM é pura perda de tempo. Ainda por cima teremos um agravante! O uso contínuo do cinturão leva a uma perda de força isométrica (a que sustenta a postura) dos músculos do abdômen (especialmente o Transverso do Abdômen) e da mesma forma dos Eretores Espinhais.

Conclusão: Caríssimos(as) caso vocês não estejam em plena fase de força, esqueçam o cinturão em casa. O importante é que preste atenção em sua postura durante a execução dos exercícios mantendo a musculatura sustentatória contraída e permitir que essa também se fortaleça à medida que suas cargas aumentem!


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