A creatina (ácido a-metil guanidino acetônico) é uma amina encontrada no músculo esquelético do corpo humano, sintetizada endogenamente pelo fígado, rins e pâncreas a partir dos aminoácidos: glicina e arginina, obtida através de alimentação em carnes vermelhas e peixes em maior quantidade, ou suplementos alimentares.
As aminas são uma classe de compostos químicos orgânicos nitrogenados, são obtidas através da substituição de um ou mais hidrogênios da amônia por demais grupos orgânicos. Sua característica é possuir em sua fórmula geral o elemento nitrogênio.
Já no corpo humano quando a creatina produzida ou ingerida é metabolizada pelo fígado e levada pelo sangue para as células dos músculos, ela é convertida em fosfato creatina ou fosfocreatina, que é uma molécula que atua como reservatório de armazenamento para energia rápida, da seguinte forma:
- Durante os primeiros segundos de um exercício intenso, a concentração muscular de ATP (Adenosina Trifosfato), que é responsável pelo armazenamento de energia no corpo humano, é mantida em nível mais ou menos constante. O ATP é rapidamente reposto a partir da quebra de creatina fosfato, assim, os níveis de creatina fosfato diminuem rapidamente a medida que é usado para regenerar o ATP.
- Quando o exercício físico é levado até a exaustão tanto as concentrações musculares de ATP quanto as de creatina fosfato ficam diminuídas, tornando-as indisponíveis para o fornecimento energético a fim de continuar o trabalho muscular.
O ciclo da creatina finaliza quando é convertida em creatinina, por uma reação contínua e irreversível de desidratação (não enzimática), sendo assim totalmente excretada pela urina. Partindo desse principio de ação, a suplementação da creatina é recomendada para quem pratica exercícios de curta duração e alta intensidade. Aos seres humanos saudáveis que consomem regularmente esse suplemento, estudos sugerem que não ultrapassem a quantidade de 5g/dia, pois não ha evidencia cientificas suficientes que garantam a segurança da ingestão acima dessa dosagem, em longo prazo.
No aspecto fisiológico, estudos não evidenciam causa de nenhum problema para as funções renais utilizando-a em dosagens recomendadas, entretanto, é sempre importante manter a boa hidratação, uma vez que existe uma mudança nos fluidos de meio extra para intracelular.
Referências Bibliográficas:
Robert T. Morrison, Robert N. Boyd, and Robert K. Boyd, Organic Chemistry, 6th edition (Benjamin Cummings, 1992, ISBN 0-13-643669-2
Gualano, Bruno; ET AL. A Suplementação de Creatina Prejudica a Função Renal?, Rev Bras Med Esporte – Vol. 14, No 1 – Jan/Fev, 2008
Peralta, José, ET AL; A creatina como suplemento ergogênico para atletas, Rev. Nutr., Campinas, 15(1):83-93, jan./abr., 2002
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