Bom dia galeraaaa. Bom Fim de Semana !!!
Descubra como funciona a execução correta e a biomecânica natural individual, para se obter os melhores resultados na sua musculação
Você, em algum momento já deve ter sido alertado que estava
realizando um exercício incorretamente ou que poderia atingir melhor
eficiência nele fazendo-o de outra forma, não é? Isso se deve ao fato de
que existem padrões estabelecidos através de estudos que visam otimizar
um treinamento (seja ele de qual modalidade for, inclusive da
musculação), evitando também prejuízos. Mas, seria isso aplicável a todo
e qualquer momento mais ainda, para todo e qualquer indivíduo?
Biomecânica
Decompondo o nome “biomecânica” em “Bio”, que significa “vivo” ou “vida” e, “mecânica” que vem de “movimento”, podemos a definir como sendo o movimento de algo vivo, movimento de tudo que tem vida. Assim, é possível estudar a biomecânica de alguém que está em qualquer tipo de movimento, independente de qual seja ele.
Falar de biomecânica é adentrar em um meio muito complexo e, apesar
de bastante estudado, esse é um ramo que ainda sofre não só controversas
por parte dos estudos científicos e das inúmeras conclusões geradas
sobre eles, mas, fica também à mercê de situações que devem
individualmente ser levadas em consideração.
Entretanto, quando a biomecânica nos direciona aos exercícios físicos, sejam eles resistidos com pesos ou não, há grande variabilidade nos quesitos de execução.
Isso porque, teoricamente existem técnicas e “formas corretas” de
execução, a qual gere o máximo de eficácia, mas, com o mínimo de danos e
possibilidades de erros/acidentes e outros. Porém, até que ponto
podemos considerar essas “regras” um padrão aceitável para todos os
indivíduos? E, até que ponto podemos considerar que um indivíduo está
executando um movimento inadequadamente, sem antes levar em consideração
questões biomecânicas imutáveis? Entenderemos um pouco mais a respeito
no decorrer do texto.
Execução correta
Quando nascemos, temos o dom de executar movimentos da maneira mais
perfeita do mundo. Por exemplo, um bebê agacha corretamente com quadril e
joelhos e não com a lombar, como os adultos, ele tem um senso de tirar
as coisas do solo com os joelhos e quadris, não com a lombar, como os
adultos, entre outros. Porém, com os maus hábitos adquiridos com o
decorrer da vida, perdemos essa “arte” e passamos a “desaprender” dados
movimentos, nos viciando em formas incorretas de execução e, acarretando
inúmeros problemas motores, que muitas vezes passam até despercebidos.
Porém, com o treinamento correto, em quaisquer modalidades, é possível recuperar parte deles ou ao menos, amenizar vícios que trazemos conosco. Por isso da importância de se estudar a biomecânica de cada modalidade a fim de criar certos protocolos que possam servir como guias na hora de iniciar ou progredir em um treinamento.
Dessa forma, através de observações, pesquisas e, claro,
experimentos, são criados “padrões de movimento” os quais passam a serem
espécies de “regras” que visam melhorar o movimento, ou trazê-lo ainda
de uma forma segura.
Por exemplo, se formos analisar um movimento como a flexão de
cotovelos em pé, vamos aderir uma posição ereta com a região do core
“travada” e devidamente contraída, joelhos semi-flexionados, linha dos
cotovelos um pouco a frente da linha lateral do tronco, braços em
posição anatômica (palmas das mãos voltadas para frente) e então,
executamos o movimento. Esse resumidamente é o “padrão” da famosa rosca
direta (obviamente, de maneira bem simplória). Da mesma forma, então, se
estabelecem outras formas de execução padronizadas para os demais
exercícios.
Tudo que fugir dessa regra, muito provavelmente será considerado errado.
Um indivíduo que estiver com uma extensão leve de ombro durante o
movimento, teoricamente estaria realizando um movimento inadequado. Um
indivíduo que tirasse a posição contraída de seu core, também estaria.
Porém, isso realmente pode ser considerado um erro?
A biomecânica natural e individual
Se a biomecânica é a ação de algo vivo, devemos entender que existem
particularidades nesse movimento, pois, cada ser é único. As
constituições corpóreas são diferentes, o sistema neuromotor também entre outros fatores. Claro, tudo isso dentro de padrões médios, de maneira muito individual.
Sabe-se que, por exemplo, para se fazer a flexão do ombro, são
necessários músculos como o deltoide anterior, o peitoral maior, o
coracobraquial, o bíceps braquial entre outros. Porém, o tamanho desses
músculos, o tamanho dos ossos envolvidos (úmero, escápula etc), a área
de inserção e origem exata desses músculos, a densidade dos ossos e
músculos entre outros fatores neurológicos são bastante diferentes de
pessoa para pessoa. E isso resulta em uma movimentação diferente, por
mais que muitas vezes não se consiga observar isso a olho nu. Um músculo
talvez seja mais ativado do que outro, um osso tenda a ter uma
resistência maior do que o de outra pessoa etc.
Mas, o que isso tem a ver com os exercícios? Ora, tudo! Se estamos falando que exercícios são dados movimentos do corpo então, cada qual terá particularidades na execução de um movimento.
Não é por acaso que alguns tendem a fazer uma elevação frontal
(flexão de ombros) com os cotovelos mais flexionados, outros com eles
mais estendidos, alguns com uma rotação de braços e antebraços mais
interna, outros, mais externa… Alguns com uma maior ou menor flexão de
joelhos (para estabilizar o corpo no movimento) e assim por diante.
Apesar dessas particularidades, todos estão dentro dos mesmos padrões de
movimento, diferente daquele que está fazendo a flexão de ombros usando
mais força dos músculos da região da coluna vertebral do que da cintura
escapular, braços e antebraços, propriamente ditos. Esse constitui-se
num erro de técnica (a começar pelo excesso de carga), não por uma
variação biomecânica.
Analisemos uma pessoa que tem grande ossos nos membros inferiores
(fêmur, tíbia e fíbula) e não consegue um bom agachamento profundo. Ele
também deve ter algum encurtamento natural nos músculos flexores do
tornozelo. Isso naturalmente limitará o seu movimento e a falta do
agachamento mais do que 90º com profundidade não é um erro, mas, uma
particularidade individual o qual naturalmente ele é impossibilitado de
fazer. Assim como alguém que tem uma grande região dorsal e não consegue
manter os cotovelos aproximados ao realizar o tríceps francês com as
duas mãos simultaneamente.
Essas variações anatômicas são perfeitamente aceitáveis e são específicas de cada um de nós, com nossas singulares particularidades.
Existem alguns teóricos que costumam afirmar que um exercício pode
ser mais eficaz se realizado com pouca carga, mas, da maneira correta.
Devo concordar com a afirmação em partes, o que é possível observar na
prática é que algumas modificações de movimentações naturais podem mais
ser prejudiciais quanto funcionais, tanto para o rendimento quanto para o
impacto físico. Imagine, que você não fecha em grande escala os
cotovelos ao realizar o tríceps testa com barra (reta, cabos ou EZ). Se
você forçar muito os cotovelos para dentro, fazendo uma rotação medial
do braço, muito provavelmente corre o risco de sobrecarregar algumas
estruturas, inclusive, desenvolver epicondilite. A tróclea também pode
acabar sendo afetada. E, além de tudo, você ainda perde no quesito de
incremento de carga. Um indivíduo com ossos largos no agachamento, como
supracitado, também pode acabar sobrecarregando demais a região lombar.
Portanto, muitas vezes, a naturalidade TAMBÉM é fundamental!
Vale a pena fazer modificações?
Já que alguns padrões de movimentos individuais são imutáveis, muitas pessoas driblam esses problemas com adaptações.
Vamos usar o mesmo exemplo do indivíduo de ossos longos no agachamento
livre. O que ele faz, normalmente, para aumentar a sua amplitude de
movimento e agachar mais profundamente? Coloca calços (com anilhas,
pedaços de madeira etc) na região do calcanhar. Isso força uma pequena
inclinação do corpo para frente e aumenta a flexão do tornozelo. Mas,
estaria ele, de fato arrumando o movimento ou colocando uma adaptação
funcional? Na verdade, apenas adaptando… E isso pode ser considerado
funcional? Digamos que sim… Se o objetivo dele for unicamente delinear e
trabalhar a musculatura, entre outros, é válido sim. Porém, se o
intuito dele é aumentar performance de movimento, aumentar sua força
bruta entre outros, certamente não, pois, a naturalidade do corpo falará
mais alto.
Assim, valerá a pena fazer modificações em alguns casos e aí, novamente a importância de se avaliar cada quadro individualmente, contemplando cada individuo de uma forma.
Conclusão:
A biomecânica é essencial para a boa movimentação do corpo nos exercícios,
para isso, alguns padrões foram estabelecidos a fim de propiciar
segurança e eficácia nesses movimentos. Entretanto, como estamos falando
da variabilidade que há no corpo humano, faz-se necessário avaliar as particularidades e individualidades de cada qual, promovendo os melhores ajustes a cada um deles.
Certamente, nem sempre o padronizado é o melhor aplicável e a
experiência do profissional que irá te guiar, será um fator de altíssima
importância para o seu desenvolvimento e a preservação de suas íntegras
condições físicas. Portanto, jamais negligencie a busca pelo melhor que
puder optar!
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